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Uma questão urbana - O caso da Av. Bandeirantes, Londrina - Paraná.

 

 

Quando se fala de cidade, na faculdade, os alunos procuram evitar o assunto, dizendo que é complicado, uma bagunça sem conserto e/ou um caos sem solução; contudo quando questionados reclamações não são poucas, sendo pela falta de espaço, o excesso de automóveis nas ruas, ou até mesmo a falta de arborização das vias.

É evidente o inchaço de automóveis que a cidade sofreu, contudo as vias anteriormente planejadas para um número "x" de carros não são mais suficientes para proporcionar um fluxo adequado, sofrendo na maioria das vezes engarrafamento, principalmente nos horários de pico. A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL) quando questionados sobre o assunto, declaram, "assim como nos grandes centros, o problema da locomoção urbana é alvo de grande crítica e de grandes projetos, estes, no caso do município, em fase de estudo" - constata-se a veracidade desta informação, sendo na implementação da faixa exclusiva, na região central, para ônibus, a restruturação da Avenida (Av.) Maringá e o plano da implementação do modelo BRT para ligação dos ônibus de eixo. 
 

 

Infelizmente a maioria dos projetos desenvolvidos pela CMTU e IPPUL não saem do papel, sendo pela falta de visão ao solicitar os recursos do Estado e/ou Federais, ou empecilhos impostos pela sociedade, esta mais uma vez no centro da questão - uma vez que a cidade apenas existe porque uma sociedade organizada faz uso do espaço.
 

Falando abertamente, é tão claro que para que um projeto de planejamento urbano dê certo, a voz da população deve ser ouvida e as necessidades dos usuários daquele espaço em foco devem transparecer nas decisões de projeto, que falar sobre isso se torna repetitivo, infelizmente os responsáveis "por fazer acontecer" não sabem disso, ou pelo menos, se recusam a perceber.
 

O vídeo a seguir foi capturado no dia 21/01/2014, na cidade de Londrina, Paraná, durante a passagem de carro pela Av. Bandeirantes as 18h da tarde.

A Av. Bandeirantes, localizada próxima à região central evidencia o nível do problema que se anuncia na cidade, a falta de comprometimento e visão da prefeitura em administrar, principalmente no âmbito de planejamento urbano. 

 

A instauração do estacionamento paralelo nos dois lados da via complica o fluxo em uma região marcada pela prestação de serviços de saúde, sendo muitos dos estabelecimentos com horários 24 hrs.; complicando mais ainda a situação, é a passagens de ônibus, é obvio que eles são necessários, contudo em uma via cuja dimensão não ultrapassa 15 m, sendo duas faixas para circulação e duas para estacionamento, sobra pouco espaço para que grandes circulares transitem confortavelmente. 

 

 Uma solução de desenho urbano para este problema é a retirada de uma das faixas de estacionamento, principalmente aquela próxima a calçada, proporcionando em uma configuração diferenciada de vagas (atualmente o modelo paralelo é ineficaz, visto que um carro leva tempo para manobrar - as vagas em 45°, garantem além da fácil manobra, um número maior de automóveis estacionados) que permaneceriam no canteiro central, sendo que este poderia sofrer uma intervenção, transformando-o em um boulevard, com calçamento, arborização, e principalmente, acessível, não apenas aos cadeiras, mas aos idosos, e qualquer outro cidadã cuja locomoção se faz dificultosa.

 

Uma boa hora para cobrar esse tipo de mudança é na época de eleição, uma vez que os políticos apenas se recordam que precisam da população e trabalham porque nós colocamos eles lá - então, cobrem, façam ser ouvidos, participem das reuniões para o desenvolvimento do plano de diretor (que acontece de 10 em 10 anos, mas para que aconteça, a sociedade do município precisa ser ouvida), garantindo assim que esses projetos que melhoram nossa qualidade de vida sejam colocados em prática.

 

Fonte: Arq. e Urb. Thiago Alves.

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